terça-feira, 17 de julho de 2012

Florestas de araucárias





A presença da mata de Araucária, sem dúvida, é o elemento que mais se distingue na fitofisionomia do Sul do Brasil. Ela se encontra ao longo do Planalto Meridional, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. De modo geral é ligado ao clima, que é condicionado pelo relevo e pela altitude.

Os planaltos constituem o seu habitat.Essa região caracteriza-se por alto índice pluviométrico e por temperaturas moderadas. Para a Mata de Araucária, o solo não parece ser um fator primordialmente limitante, pois esta ocorre nos mais variados tipos de solos. Geralmente a quantidade de húmus no solo é muito grande. A araucária tem preferência por lençóis freáticos pouco profundos.

O pinheiro tem extrato arbóreo homogêneo, as folhas são muito agudas e sésseis. A árvore pode ter até 25 metros de altura e o tronco até 2 metros de diâmetro. Essa mata subtropical está associada à epífitas, palmeiras e samambaia.



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Uma curiosidade





As araucárias, inclusive o pinheiro-do-paraná (i.e. nome científico Araucaria angustifolia) são excelentes plantas a serem cultivadas como árvores orientais de bandeja ou pote, em estilo 'bonsai' oriental, conforme as antigas tradições da China e do Japão.

No idioma inglês a espécie Araucaria tiraniana se chama, entre outros, Monkey-puzzle Tree (ou árvore 'Quebra-Cabeça de Macacos'). Supostamente, os macacos na América do Sul não conseguiam alcançar os seus pinhões, as suas deliciosas sementes, por causa da estrutura física desafiadora desta árvore. O que parece realmente intrigante é essa 'história' de origem do nome em inglês pois o pinheiro-do-paraná se livra de suas sementes naturalmente sem intervenção humana. O esquilo, também chamado serelepe, se alimenta dos pinhões, e carrega a semente, plantando-a sem querer com a intenção de ter uma reserva de alimento para mais tarde, voltando ao lugar onde a deixou, e assim acaba ajudando a espécie a se propagar. Uma outra teoria quanto a este nome curioso conferido à milenar araucária teria surgido devido aos seus ramos se parecerem com imensos rabos de macaco aos anglo-saxões que a introduziram nos continentes nórdicos do planeta como planta ornamental - uma das muitas conseqüências da Era da Exploração do mundo pelos grandes poderes europeus. Outros nomes em inglês são Chilean Pine (pinho ou pinheiro chileno) e, simplesmente Araucaria (sem acento agudo).



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Extinção da floresta de araucárias

Antigamente, a Mata das Araucárias ou dos Pinheiros-do-Paraná, estendia-se do sul dos estados de Minas Gerais e São Paulo até o sul do Rio Grande do Sul.Na sombra dos pinheiros, cresciam muitas outras espécies, como o cedro,, a canela, a gameleira, a timbuia e o angico entre outras.

Mas este ecossistema está praticamente extinto e com ele, diversas espécies de animais, inúmeras aves e insetos que se alimentavam do pinhão, fruto dos pinheiros, também estão ameaçados de extinção pois durante 150 anos, a Mata dos Pinhais alimentou a indústria madeireira do Sul, que a empregava na construção de casas e no fabrico de móveis. Mais tarde, por volta dos anos 20 a 60, descobriu-se o mercado externo para a araucária, e a consequente escassez dos pinheiros que leva a ter um enorme desequilibrio no ecossistema e na vida aminal.

Hoje, metade das araucárias ainda restantes está confinada em "museus", ou seja, as áreas de preservação aos cuidados dos estados e do governo federal. Restam menos de 300.000 hectares, área equivalente a uma das grandes fazendas do Norte do País, que representam a adaptação da Mata Atlântica a um clima subtropical, mais temperado.O que faltaa, é a consiencia do homem para ver que estar acabandoo com um tipoo de mata que possa demorar anos para poder ser recontitiuda ou talvez nem mesmoo com muitos anos para ou ser replantar ou reconstituida.



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S.O.S mata de araucárias!


"Apesar da situação crítica, a Mata de Araucária continua mal protegida legalmente, sendo o Parque Nacional de São Joaquim, em Santa Catarina, uma das principais áreas de preservação. Na tentativa de corrigir essa falha, em 2002, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) criou um grupo de trabalho para propor medidas de preservação e recuperação desse ecossistema em Santa Catarina. Após um levantamento de onde estão e qual a situação dos remanescentes, "a conclusão foi que a floresta ombrófila mista está no fim e, se não for criada, imediatamente, uma série de unidades de preservação, corre-se um grande risco de perder esse ecossistema", explica Miriam, uma das coordenadoras do grupo. "Os raros remanescentes florestais nativos são de dimensões reduzidas, encontram-se isolados e com evidentes alterações estruturais".

A principal recomendação do estudo foi criar um corredor ecológico ligando as áreas remanescentes de Santa Catarina e do Paraná, através de unidades de conservação de proteção integral, associadas com Áreas de Preservação Ambiental (APAs) e Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs), onde as atividades econômicas são permitidas, mas devem seguir regras rigorosas.
Assim, ainda em dezembro de 2002, quatro áreas no Paraná e três em Santa Catarina foram consideradas áreas prioritárias para criação de unidades de conservação: Água Doce, Abelardo Luz e Ponte Serrada, em Santa Catarina, e, no Paraná, Tumeiras do Oeste, Candói, Palmas e Guarapuava, a maior delas, com apenas 120 mil hectares.

Segundo o biólogo João de Deus Medeiros, diretor do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), inicialmente as portarias suscitaram reações negativas em alguns setores, pois continham restrições severas ao cultivo de essências exóticas. Ao assumir o MMA, a ministra Marina Silva retirou as restrições de cultivo, mas manteve a idéia das unidades de conservação. E agora uma força tarefa, formada por técnicos dos governos federal e estaduais, universidades e ongs, trabalha contra o tempo para garantir que a proteção saia antes de as araucárias virem abaixo. Conforme João Paulo Capobianco, secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, até o fim do ano as unidades de conservação estarão definidas. "Mas o esforço não é só para criar áreas de preservação, e sim ter uma política para proteção do que sobrou e para recuperar a Mata de Araucária".

Criar áreas protegidas por lei, porém, não é suficiente para garantir a sobrevivência das araucárias, pois a qualidade dos poucos remanescentes está bastante comprometida. Em Santa Catarina, o único trecho onde as características estruturais da floresta ombrófila mista foram mantidas é Ponte Serrada, com 7.947 hectares. Os demais já estão muito alterados. "Em algumas matinhas praticamente não existe mais araucária. Há evidências que as principais madeiras, como imbuia, cedro e as canelas, também foram retiradas. Restou apenas o sub-bosque. Atualmente, mesmo incluindo os remanescentes comprometidos, não existe mais do que 0,5% de matas naturais desse ecossistema em Santa Catarina. No Paraná, as últimas estimativas falam em 0,8%, mas talvez esse número já esteja subestimado, pois o ritmo de desmatamento é alto", alerta Medeiros.

Para dar uma idéia da dimensão do problema, o biólogo conta que, apenas na última semana de junho, foram detectados 260 focos de desmatamento de ombrófila mista em Santa Catarina. Duas autuações em um só dia somavam 660 hectares derrubados. "Estamos diante de um impasse, pois a capacidade de reação do estado não é condizente com a situação", avalia.

Outra conseqüência do desmatamento acelerado é a perda genética das araucárias. Um estudo da UFSC, comparando os remanescentes primários de Mata de Araucária com as áreas exploradas, mostrou uma perda de mais de 50% na variabilidade genética destas. Pior, os madeireiros, ao entrar na mata, retiram as melhores árvores - maiores, mais retilíneas - e deixam para trás apenas os indivíduos inferiores. "Hoje, há locais onde até os piores espécimes também foram retirados. Por isso precisamos achar indivíduos superiores para funcionar como matrizes e usar técnicas de biotecnologia para recuperar as áreas", defende Medeiros.

A clonagem das araucárias pode acelerar essa multiplicação dos melhores indivíduos. Desde 1986, pesquisas nesse sentido são desenvolvidas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, agora, os primeiros resultados começam a aparecer. "Há cerca de dois anos, conseguimos a primeira frutificação de uma araucária clonada, um indivíduo de 11 anos de idade, plantado em Criciúma", comemora o professor Flávio Zanette. "Neste ano, o primeiro pinheiro macho - clonado em 1988 e plantado no Parque Cachoeira, em Araucária, na Grande Curitiba - deu as primeiras flores".

Com esses dois clones, macho e fêmea, é possível fechar o ciclo reprodutivo da espécie. Mas ainda é preciso esperar 2,5 anos entre a formação do botão, a polinização e o amadurecimento do pinhão. "Com as plantas clonadas reproduzindo, entramos na última fase da pesquisa, que consiste em fazer cruzamentos dirigidos para melhorar os descendentes. Para isso, estamos contando com apoio da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), que nos cede as plataformas de manutenção de energia elétrica para subirmos até a copa das árvores. Vamos colher pólen em Lages, trazer para cruzar com a pinheira em Curitiba e fazer o trabalho antes realizado pelo vento", acrescenta Zanette. Toda essa manobra viabiliza casamentos antes impensáveis. Como uma agência de casamento, a biotecnologia é capaz de garantir os melhores noivos e noivas para árvores sem muita escolha em seu local de origem. Em que pese todo um passado predatório, o homem talvez assim consiga, quem sabe, reverter a erosão genética da exaurida araucária."



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Florestas de Cocais








Mata dos cocais é um tipo de vegetação brasileira que ocorre entre a região norte e nordeste do Brasil, região denominada de meio-norte. Corresponde a uma área de transição envolvendo vários estados e vegetações distintas. Na região onde se encontra o meio-norte é possível identificar climas totalmente diferentes, como equatorial superúmido e semiárido.

A mata dos cocais é composta por babaçu, carnaúba, oiticica e buriti; se estabelece entre a Amazônia e a caatinga, essa região abrange os estados do Maranhão, Piauí e norte do Tocantins.

Nas áreas mais úmidas do meio-norte, que se encontram no Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí, ocorre o desenvolvimento de uma espécie de coqueiro ou palmeira chamada de babaçu. Essa planta possui uma altura que oscila entre 15 e 20 metros. O babaçu produz amêndoas que são retiradas de cachos de coquilhos do qual é extraído um óleo com uso difundido na indústria de cosméticos e alimentos.

Nas regiões mais secas do meio-norte, que se estabelecem no leste do Piauí, e nas áreas litorâneas do Ceará desenvolve outra característica vegetal, a carnaúba. Carnaúba é uma árvore endêmica que pode alcançar aproximadamente 20 metros de altura, das folhagens se extrai a cera e a partir dessa matéria-prima são fabricados lubrificantes, a cera também é usada em perfumarias, na confecção de plásticos e adesivos.

A mata dos cocais encontra-se em grande risco de extinção, pois tais regiões estão dando lugar a pastagens e lavouras, especialmente no Maranhão e boreal de Tocantins.



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Infomação sobre a Mata de Cocais

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os principais biomas do Brasil são: Caatinga, Campos, Cerrado, Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Mata de Araucária, Mata de Cocais, Pantanal, Zonas Litorâneas e Manguezal. Portanto, o território brasileiro abriga uma grande diversidade de biomas, que estão espalhados por diversos estados e apresentam várias características peculiares.

Esse tema é de fundamental importância nos estudos geográficos, sendo elementar sua abordagem em sala de aula. Nesse sentido, propomos uma estratégia de aula sobre o bioma Mata de Cocais, na qual você deve promover a conscientização ambiental, a valorização das belezas naturais do nosso país, além da localização e potencial econômico dessa região.

Inicie o conteúdo questionando o que é a Mata de Cocais e quais suas principais características. Em seguida, utilize o mapa do Brasil para destacar os estados que possuem esse tipo de cobertura vegetal (Maranhão, Piauí e extremo norte do Tocantins), além de demonstrar os biomas de transição.

Posteriormente, elucide sobre as características desse bioma, destacando que a Mata de Cocais ocupa uma zona de transição entre as florestas úmidas da bacia Amazônica, o Cerrado e a Caatinga. Explique que nessa área predominam as palmeiras – buritis, oiticicas, carnaúbas e babaçus – e que a fauna é representada por araras, gambás, cobras, insetos, lobo-guará, urubu-rei, insetos, entre outros.

Destaque a importância econômica desse bioma, que tem grande potencial nas atividades extrativistas. Cite que a semente do coco do babaçu é utilizada pelas indústrias alimentícias, de medicamentos e de cosméticos; a carnaúba, outra espécie típica da Mata de Cocais, é matéria-prima para a fabricação de plástico, perfume, produtos eletrônicos e para fins medicinais; através da oiticica é possível produzir biocombustível; e o buriti é muito utilizado no artesanato local e para alimentação (suco, picolé, sorvete, etc.).

Após essa abordagem, esclareça que essa região está sendo desmatada para a introdução de pastagens e lavouras e que esse fenômeno é extremamente prejudicial, visto que desencadeia um desequilíbrio ecológico. Para finalizar, forme grupos (de até três pessoas) e solicite a realização de um trabalho sobre o conteúdo abordado, no qual os alunos deverão pesquisar sobre as características da Mata de Cocais, aspectos econômicos, preservação, importância regional, além de apresentar fotos do bioma. Promova um debate no dia da entrega do trabalho.

Mata Dos Cocais

Mata dos cocais corresponde a uma formação vegetal que se encontra entre a floresta Amazônica, a caatinga e o cerrado, é considerada uma área de transição dos domínios citados.

A mata dos cocais abrange os estados do Maranhão, Piauí, Ceará e setentrional do Tocantins, área conhecida como meio-norte.

Onde ocorre a mata dos cocais o clima varia desde o equatorial úmido até o semi-árido. Nessa composição vegetal é possível encontrar, dentre outras espécies, o babaçu (que ocupa maior parte), a oiticica e a carnaúba.

Em lugares mais úmidos, como o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí, ocorre a proliferação do babaçu. O babaçu é um vegetal do tipo palmeira que produz cachos compostos por “coquinhos” ou sementes usadas como fonte de renda, uma vez que é extraído um óleo usado na indústria de cosméticos e de alimentos. O babaçu chega a atingir 20 metros de altura.

Nas áreas mais secas do leste do Piauí, região litorânea do Ceará e Rio Grande do Norte o vegetal que predomina é a carnaúba.

Carnaúba é um vegetal característico do nordeste brasileiro, se desenvolve em lugares onde predominam solos argilosos, aluviões, leito de rios, além disso, é resistente ao sal. Essa planta é endêmica dessa parte do país.

A carnaúba tem várias aplicações, sua raiz é usada como poderoso diurético, o fruto é usado na dieta animal, o tronco é usado em construções, a palha serve de matéria-prima para o artesanato. Na indústria, a cera extraída da carnaúba é usada no ramo de cosméticos, medicamentos, alimentos entre muitos outros.

Os dois principais tipos de vegetação da mata dos cocais exercem grande importância na vida das pessoas que vivem do extrativismo. Essas atividades desenvolvidas com o babaçu e a carnaúba não geram nenhum prejuízo ambiental, uma vez que são retirados somente os frutos e as folhas e essas são recompostas pela planta, ou seja, brotam novamente.

O que tem colocado em risco a conservação da mata dos cocais é a ocupação agropecuária, pois retira a cobertura original para que o local seja ocupado por pastagens para a criação de gado e lavouras de monoculturas.



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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Floresta com Araucárias

As florestas que abrigam a Araucaria angustifolia, que ocupavam uma área de 200 mil quilômetros no Brasil, estão hoje reduzidas a 3% desse total. E, apesar de ser uma espécie ameaçada de extinção, ainda é explorada ilegalmente. Por isso, a APREMAVI vem propondo e defendendo medidas urgentes para retirar a araucária da rota da extinção



                            Ainda há muito a ser feito para salvar a Floresta com Araucárias da extinção 

A floresta com araucárias, chamada cientificamente de Floresta Ombrófila Mista, é um ecossistema do Bioma da Mata Atlântica, característico da região sul do Brasil e de algumas áreas da região Sudeste, que abriga uma grande variedade de espécies, algumas das quais só são encontradas nesse ecossistema. Sua fisionomia natural é caracterizada pelo predomínio da Araucaria angustifolia, uma árvore de grande porte popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro.

Originalmente ocupava 200.000 Km2, estando presente em 40% do território do Paraná, 30% de Santa Catarina e 25% do Rio Grande do Sul. Também ocorria em maciços descontínuos nas partes mais elavadas das Serras do Mar, Paranapiacaba, Bocaina e Mantiqueira, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e também na Argentina.

A Floresta com Araucárias é caracterizada pela presença dominante do Pinheiro Brasileiro, a araucária, árvore de tronco cilíndrico e reto, cujas copas dão um destaque especial à paisagem. A araucária chega a viver até 700 anos, alcançando diâmetros de dois metros e altura de 50 metros. No sub-bosque da floresta ocorre uma complexa e grande variedade de espécies como a canela sassafrás, a imbuia, a erva-mate e o xaxim, algumas delas endêmicas.

A qualidade da madeira, leve e sem falhas, fez com que a araucária fosse intensamente explorada, principalmente a partir do século XX. Calcula-se que entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados. Nas décadas de 1950 a 1960, a madeira de araucária figurou no topo da lista das exportações brasileiras.

Nos últimos dois séculos, a expansão de atividades econômicas e das cidades reduziu a floresta com araucária a aproximadamente 3% de sua área original, sendo que menos de 1% dessas florestas podem ser consideradas primárias. Levantamentos feitos, em 2004, pelo PROBIO, no Paraná, registram que nesse estado existem apenas 0,8% de remanescentes em estágio avançado de regeneração, ou seja, que guardam as condições e características originais.

De forma geral, quase todos os remanescentes de araucária encontram-se hoje muito fragmentados e dispersos, o que contribui para diminuir ainda mais a variabilidade genética de suas espécies, colocando-as sob efetivo risco de extinção. E, apesar dessa situação, as ameaças continuam. A situação é agravada pela exploração ilegal de madeira e pela conversão da floresta em áreas agrícolas e reflorestamento de espécies exóticas, aumentando ainda mais o isolamento e insularização dos remanescentes.

Na Floresta com Araucárias ocorre também uma série de espécies da fauna, que hoje se encontram igualmente ameaçadas de extinção, sendo que algumas delas são endêmicas, podemos listar aqui a famosa gralha azul, o papagaio charão.

A gravidade da situação da Floresta com Araucárias, que em 2003 tinha apenas 0,2% de seu território protegido em Unidades de Conservação, fez com que uma série de instituições iniciasse um trabalho coletivo com o objetivo de reverter esse quadro.

Atendendo aos apelos da sociedade pela proteção dos remanescentes da floresta com araucária, em fevereiro de 2002, o Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, através de portaria, criou um Grupo de Trabalho que tinha como objetivo elaborar estudos e apresentar propostas de preservação dos remanescentes da floresta com araucárias no estado de Santa Catarina, inclusive indicando áreas para a criação de Unidades de Conservação.

Em junho de 2002, o GT entregou seu relatório ao MMA, recomendando uma série de medidas e indicando algumas regiões como prioritárias para a criação de Unidades de Conservação. O trabalho do GT acabou orientando e edição de novas portarias por parte do Ministério do Meio Ambiente e assumindo três grandes áreas para que fossem feitos estudos mais detalhados objtivando a criação de UCs. Em março de 2003, já na outra gestão do governo federal, a Ministra Marina Silva reeditou as portarias e criou o GT Araucárias Sul, ampliando assim o GT para a região Sul.

O GT Araucárias Sul, num amplo processo de debates e consultas, apontou as prioridades imediatas para a conservação e recuperação da Floresta com Araucárias e dos Campos Naturais associados. Entre as prioridades, o GT destacou a necessidade imediata de criação de novas Unidades de Conservação Federais, Estaduais, Municipais e Particulares e a criação de corredores ecológicos, com o objetivo de garantir a interligação e a manutenção do fluxo gênico entre os principais fragmentos.

A partir dessas prioridades, o Ministério do Meio Ambiente, criou uma Força Tarefa, que percorreu mais de 41.000 km nos estados do Paraná e Santa Catarina e envolveu mais de 40 técnicos de 16 instituições de órgãos públicos, universidades e representantes da sociedade civil organizada. Os estudos apontaram para a criação de 08 Unidades de Conservação nos dois estados estudados.

Em outubro de 2005 foram criadas em SC, a Estação Ecológica da Mata Preta e o Parque Nacional das Araucárias e em março de 2006 foram criadas no PR, a Reserva Biológica das Araucárias, a Reserva Biológica das Perobas, o Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas e o Parque Nacional dos Campos Gerais.

Todo esse processo buscando salvar da extinção a Floresta com Araucárias provocou forte reação de interesses locais, comprometidos com a degradação, que mobilizaram políticos e autoridades dos dois estados visando impedir que as medidas de proteção à floresta com araucária fossem implementadas pelo Governo Federal. Alguns representantes desses setores ainda continuam sua batalha para conseguir derrubar as últimas araucárias que restam.

É importante ressaltar que ainda há muito trabalho a ser feito. As Unidades de Conservação criadas precisam ser implantadas, áreas que ainda não foram estudas precisam de estudos para que outra UCs possam ser criadas. O importante trabalho das ONGs precisa ser fortemente apoiado. As ONGs ambientalistas têm desenvolvido um trabalho fundamental na luta pela Floresta com Araucárias, seja apoiando a realização de estudos nesse ecossistema, seja auxiliando na implantação das Unidades de Conservação e em especial trabalhando com a comunidade com ações de educação ambiental e desenvolvimento sustentável.